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Sônia Guajajara é do povo Guajajara/Tentehar, originário das matas da Terra Indígena Araribóia, no estado do Maranhão, Brasil. Nascida em 1974, filha de pais analfabetos e hoje mãe de três filhos, saiu de seu estado pela primeira vez aos 15 anos, quando foi convidada para cursar o ensino médio em Minas Gerais. Depois, voltou para o Maranhão, onde se formou em Letras e Enfermagem, e fez pós-graduação em Educação Especial.
Seu ativismo indígena e ambiental começou ainda na juventude, nos movimentos de base. Logo ganhou projeção nacional tornando-se vice-presidente da COIAB (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira), e depois coordenadora executiva da APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) pela Amazônia.

Desde então, Sonia Guajajara é uma das principais lideranças na linha de frente contra uma série de projetos que atacam direitos e ameaçam a vida dos povos indígenas e o meio ambiente. Em poucos anos, ela ganhou projeção internacional em virtude de dezenas de denúncias sobre violações de direitos indígenas realizadas em diferentes instâncias da ONU, do Parlamento Europeu e nas Conferências Mundiais do Clima (COP), de 2009 a 2021, viajando mais de 30 países do mundo.

Em 2018 ela foi a primeira indígena a compor uma chapa presidencial e segue articulando a participação e o protagonismo das mulheres indígenas em várias frentes de luta.

Entre 2019, foi co-organizadora da Primeira Marcha das Mulheres Indígenas em Brasília, reunindo mais de 2 mil mulheres dos mais distintos povos. A marcha culminou na fundação da ANMIGA – Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade, organização de referência nacional que mobiliza mulheres indígenas de todos os biomas do Brasil.

Ainda em 2019, liderou a realização da Jornada Sangue Indigena Nenhuma Gota Mais, que junto a outras 9 lideranças indígenas da APIB, percorreu 12 países da Europa, levando denúncias sobre violações perpetradas pelo Governo Bolsonaro, assim como cobrando medidas que pressionem o governo brasileiro e empresas do agronegócio a cumprirem os acordos de preservação do meio ambiente e respeito aos direitos dos povos indígenas dos quais o Brasil é signatário.

Por conta da pandemia e atendendo às orientações sanitárias de isolamento social, coordenou pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e as organizações que fazem parte da Mobilização Nacional Indígena (MNI) a realização do ATL (Acampamento Terra Livre) de forma virtual e em redes. E ainda liderou assembleias onlines e a elaboração do Plano Emergencial Indigena realizado pela APIB.

Sônia Guajajara já recebeu vários prêmios e honrarias, como o Prêmio Ordem do Mérito Cultural 2015 do Ministério da Cultura, entregue pela então presidenta Dilma Rousseff. Também foi agraciada com a Medalha 18 de Janeiro pelo Centro de Promoção da Cidadania e Defesa dos Direitos Humanos Padre Josimo, em 2015, e com a Medalha Honra ao Mérito do Governo do Estado do Maranhão, pela grande articulação com os órgãos governamentais no período das queimadas na Terra Indígena Araribóia. Em 2019 recebeu da Organização Movimento Humanos Direitos o Prêmio João Canuto pelos Direitos Humanos da Amazônia e da Liberdade e ainda o Prêmio Packard concedido pela Comissão Mundial de áreas protegidas da União Internacional para Conservação da Natureza (UICN).

Hoje ela faz parte da Coordenação Executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), terminando o segundo mandato (2013/2017) (2017/2022). Ainda compõe o Conselho da Iniciativa Inter-religiosa pelas Florestas Tropicais do Brasil, uma iniciativa que faz parte de um Programa das Nações Unidas.

“Sonia Guajajara é candidata a Deputada Federal pelo PSOL em São Paulo.